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Sociedade da Informação

AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO 

A tecnologia influencia em todas as áreas do nossa vida, inclusive a formação do conhecimento.

 

Em 1945, Vannevar Bush, físico e matemático, disse em seu artigo As we may think que o pensamento humano organizava as informações e as utilizava através de “trilhas associativas” de forma aleatória, e não sequencial. Seguindo esse princípio ele esboçou o Memex, que basicamente era uma mesa de trabalho que permitia a ligação de vários arquivos por meio de projeção que poderiam ser e ligados entre si e acessados por meio de botões, além de uma plaqueta para fazer anotações e serem armazenadas por microfilmes e também ligados a outros arquivos:

 

Seguindo o mesmo paradigma de “ligação entre arquivos” de Vannevar e também com um certo acúmulo do conhecimento, em 1960, Ted Nelson iniciou o projeto Xanadu, que consistia num programa que permitisse que as informações, ligadas umas as outras, em diversos textos pudessem ser acessadas de forma arbitrária Na prática, o programa faria uma comparação entre os dois ou mais textos e caso possuíssem informações relacionadas, eles seriam associados. Inspirado nesse projeto de programa, Ted Nelson concebeu o termo “hipertexto”.

 

Pierre Lévy, no livro As Tecnologias da Inteligência, definiu: “um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, paginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente, como em uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo reticular. Navegar em um hipertexto significa portanto desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicada quanto possível. Porque cada nó pode, por sua vez, conter uma rede inteira”.

“Tenho uma pepita de ouro e você tem um relógio. Se negociarmos, eu terei um relógio e você terá uma pepita de ouro. Mas se eu tiver uma ideia e você tiver uma ideia, e nós as trocarmos, ambos teremos duas ideias. A soma não é zero.” Dean Kamen, 2010.

Podemos dizer que o hipertexto foi um dos primeiros exemplos de inteligência artificial, pois de acordo com Richard E. Bellman, matemático conhecido pela invenção da programação dinâmica, inteligência artificial é uma "[...] atividade que nós associamos com o pensar humano, atividades tais como: tomada de decisão, resolução de problemas, aprendizado [...]." Sendo assim, a tentativa de construir uma máquina com capacidade de armazenamento e associação de dados, idêntica ao ser humano, pode ser considerada uma aplicação de inteligência artificial.

Uma das abordagens da inteligência artificial chamada biológica ou conexionista estuda modelo de funcionamento do cérebro, dos neurônios e das conexões neurais, que permitiu a representação e formalização matemática dos neurônios artificiais, surgindo assim os primeiros modelos de redes neurais artificiais.

(https://www.youtube.com/watch?v=L8iyE5sud_Q)

A dinâmica de construção do conhecimento humano por meio de conexões neurais é extremamente parecido com a lógica de funcionamento dos hipertextos, pois, a aprendizagem por meio dos hipertextos é resultado da conexão entre textos, assim como os nossos pensamentos resultado da conexão dos neurônios. Quanto maior a quantidade de textos, mais complexo fica o aprendizado, assim como quanto maior a complexidade de uma atividade do corpo humano, maior será o recrutamento de neurônios para realizá-la.  

A inteligência artificial é outro aspecto da tecnologia de grande impacto em nossas vidas atualmente e seu desenvolvimento tem causado preocupações quanto ao futuro.

 

O QUE É INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

 

"Inteligência Artificial é o estudo das faculdades mentais com o uso de modelos computacionais"

(CHARNIAC & MCDERMOTT apud BARRETO, 1997)

 

"A arte de criar máquinas que executam funções que requerem inteligência quando executadas por pessoas."

(KURZWEIL,90)

 

"[...] atividade que nós associamos com o pensar humano, atividades tais como: tomada de decisão, resolução de problemas, aprendizado[... ]."

(BELLMAN, 78)

 

A inteligência artificial é um campo de estudo multidisciplinar e interdisciplinar, que se apóia no conhecimento e evolução de outras áreas do conhecimento. Mas ela se desenvolveu principalmente graças a aparição da informática, por isso é mais confundida com seu aspecto informático. Ela busca entender a mente humana e imitar seu comportamento, levantando questões como: Como ocorre o pensar?  Como o homem extrai conhecimentos do mundo? Como a memória, os sentidos e a linguagem ajudam no desenvolvimento da inteligência? Como surgem as idéias? Como a mente processa informações e tira conclusões decidindo por uma coisa ao invés de outra? Essas são algumas perguntas que a IA precisa responder para simular o raciocínio humano e implementar aspectos da inteligência.

A inteligência artificial fornece métodos e técnicas para o desenvolvimento de programas que simulam nas máquinas comportamentos inteligentes, isto é tornam os computadores capazes de pensar e tomar decisões. Por isso, as técnicas de IA necessitam de uma grande quantidade de conhecimentos e de mecanismos de manipulação de símbolos. Esses conhecimentos devem ter a possibilidade de representação, modificação e ampliação.

(http://www.lem.ep.usp.br/Pef411/~Cristiano%20Oliveira/CristianoOliveira/Paginas/InteligenciaArtificial.htm)

 

REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

http://www.icmc.usp.br/~andre/research/neural/

DOMINAÇÃO DE HUMANÓIDES (Stephen Hawking e Jaron Lanier)

 

Trecho da entrevista feita pelo El País com Stephen Hawking:

P. Por que acredita que devemos temer a inteligência artificial? É inevitável que os humanos criem robôs capazes de matar?

 

R. Os computadores superarão os humanos graças à inteligência artificial em algum momento nos próximos cem anos. Quando isso acontecer, precisaremos nos certificar de que os objetivos dos computadores sejam os mesmos que os nossos.

(http://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/24/ciencia/1443106788_324837.html)

Jaron Lanier: O nome de Lanier também é muitas vezes associado a pesquisas relacionadas à “realidade virtual”, um termo cunhado por ele. No fim dos anos 1980, ele liderou a equipe que desenvolveu as primeiras implementações de mundos virtuais envolvendo várias pessoas que utilizavam “videocapacetes” tanto para redes locais quanto para amplas áreas, bem como os primeiros “avatares” ou representações de usuários em sistemas como esses.

Argumentos contra a ideia da dominação dos robôs

Atualmente já existem máquinas que utilizam aspectos da inteligência humana para realizar  tarefas e, no entanto, estão longe de serem comparadas com o nível de inteligência do homem.

Não é possível se afirmar até onde a IA poderá alcançar no propósito de criar máquinas capazes de pensar. Serão ainda muitos anos de estudo para que se compreenda todos os fatores (conscientes, inconscientes, cognitivos, instintivos, etc.) envolvidos no processo do pensar.

“O que é uma pessoa?” Se eu soubesse a resposta a essa questão, talvez pudesse programar uma pessoa artificial em um computador. Mas não posso. Ser uma pessoa não é uma fórmula imutável, mas uma busca, um mistério, um salto de fé. - Jaron Lanier.

Qual é a real ameaça dos robôs?

  • Sentimentos x Inteligência

  • Alteração do mercado de trabalho, tornando-se mais exigente.

  • Perca do emprego

(http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141202_hawking_inteligencia_pai)

Uma máquina pode adquirir consciência própria habilidades sociais e julgamentos?

http://www.onoffre.com/artigos/2015/0728/inteligencia-artificial-pros-e-contras

http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/04/o-perigo-da-inteligencia-artificial-para-humanidade.html

 

APLICAÇÃO

Existem vários campos de estudo dentro da IA com o propósito de dotar a máquina de capacidade de raciocínio, aprendizado e auto-aperfeiçoamento, alguns desses campos são descritos abaixo:

Processamento de Linguagem Natural - É o estudo voltado para a construção de programas capazes de compreender a linguagem natural (interpretação) e gerar textos. A Geração de Linguagem Natural é a produção de textos por um programa a partir de um conteúdo semântico representado internamente no próprio programa. Objetiva aperfeiçoar a comunicação entre as pessoas e os computadores.

Reconhecimento de Padrões - É uma das áreas de pesquisa bem avançadas da IA. A capacidade de reconhecimento de padrões permite ao programa reconhecer a fala em linguagem natural, os caracteres digitados e a escrita (ex.: assinatura). Os scanners, por exemplo, utilizam programas de reconhecimento óptico desenvolvidos pelas pesquisas em IA.

Visão de Computador - Busca desenvolver formas do computador trabalhar com a visão bidimensional e tridimensional.

Programação de Jogos - É o estudo voltado para a construção de programas de jogos envolvendo raciocínio. Os jogos computadorizados são um grande sucesso, ainda mais quando exibem um tipo de inteligência capaz de desafiar as habilidades do jogador. O jogo de xadrez, por exemplo, foi utilizado para as primeiras experiências em programação do raciocínio artificial, onde o computador se tornou capaz de analisar milhões de jogadas por segundo para tentar derrotar o adversário. Além de analisar as jogadas, os programas utilizam um método heurístico que consiste na utilização de uma árvore de busca, a mesma possui ramificações a partir de certos nós, que representam pontos de decisão no caminho a tomar, com um certo número de etapas, para chegar a um objetivo. Deste modo, ele pode analisar vários nós, de acordo com a situação atual do jogo, e escolher o melhor caminho (o mais curto ou menos arriscado).

Robótica - É o campo de estudo voltado para desenvolver meios de construir máquinas que possam interagir com o meio (ver, ouvir e reagir aos estímulos sensoriais). A expressão robô vem do tchêco robota, significa trabalhador, foi criada por Karel Capek, em 1917. O primeiro robô industrial do mundo, batizado de UNIMATE, surgiu em 1962.

Aprendizado - Existem programas de IA que conseguem  aprender certos fatos por meio da experiência, desde que esse conhecimento possa ser representado de acordo com o formalismo adotado pelo programa.

 

Áreas de Aplicação

  • processamento da Linguagem Natural – tradução automática de um idioma para outro;

  • base de Dados Inteligentes – formas inteligentes de armazenamento e manipulação de dados e informações;

  • provas de teoremas – aplicações na área da matemática;

  • problemas de tomada de decisão – uso de Sistemas Especialistas;

  • diagnósticos médicos – várias aplicações de Sistemas Especialistas;

  • reconhecimento de padrões;

  • robótica;

  • jogos.

  • vídeo Games: Jogos mais complexos e realistas (como as habilidades de um jogador de futebol)

  • reconhecimento de voz em aparelhos eletrônicos: Google Voice,

  • reconhecimento de imagens: Câmeras que identificam um sorriso para fotografar, reconhecimento da face para desbloqueio do celular.

SEGURANÇA E PRIVACIDADE

É bastante comum que as pessoas se refiram aos dias atuais como uma composição de duas realidades coexistentes: a física e a digital (muitas vezes chamada também de virtual), sendo que teriam características e problemas peculiares, portanto com elementos suficientes para a

dicotomia.

 

Atualmente, o avanço das tecnologias utilizadas pelo homem está em um ritmo tão acelerado, que o direito por diversas vezes não consegue acompanhá-la, porém, essas novas tecnologias implantadas necessitam da regulação de seu uso, por meio da análise dos seus riscos e proveitos em favor da sociedade.

 

Apesar de livre criação, as tecnologias devem se adequar ao direito existente, para prevenir problemas decorrentes de sua criação, como por exemplo, no caso de impedimento de utilização de tecnologias consideradas perigosas por pessoas que não tenham a qualificação exigida, mais precisamente, no que diz respeito ao armamento de calibre restrito, que são de uso exclusivo de militares, ou ainda quanto ao trânsito de veículos e aeronaves que possuem normas específicas para sua utilização.

 

Em consonância a isso, o direito também obteve proveitos desse avanço tecnológico, que tornaram arcaicos alguns dispositivos legais e transformaram a atividade jurídica mais célere e confiável, como no caso de investigação de paternidade em que o exame de DNA passou a ser aceito como comprovação de veracidade da identidade do pai, e na utilização de meios áudios-visuais como produção probatória.

 

Inegavelmente, a Internet representa um dos principais avanços tecnológicos do nosso mundo contemporâneo, permitindo a globalização de informação e conhecimento, diminuindo distâncias entre culturas e países que antes pouco ou nada sabiam a respeito um do outro. A utilização e a dependência dos serviços da internet alteraram significantemente a rotina e o comportamento das sociedades.

 

Por conseguinte, esta transformação da sociedade trouxe grandes conseqüências ao direito, contudo, estamos ainda em prelúdios deste moderno objeto de estudo, pois, boa parte dos operadores de direito ainda não possui grande intimidade com o tema da Internet, ficando esse tema restrito a profissionais que possuem maior afinidade com o mundo cibernético e lidam com essa tecnologia habitualmente, pessoal e profissionalmente.

 

Porém, tanto no Brasil, como em outros países, a principal dificuldade está em encontrar soluções eficientes e práticas diante da atual realidade cibernética em relação ao Direito. Os direitos mais afetados pela evolução e facilidade do uso da Internet, foram aqueles relativos à Privacidade, em parte pela globalização do uso dos meios da internet e sua conseqüente superexposição, e em parte pelo desembaraço com que se pode interagir no mundo cibernético com a sensação de anonimato, como por exemplo ao divulgar fotos não autorizadas de uma outra pessoa.

 

Atualmente, é de causar espanto quando alguém diz não ter acesso a Internet, pois hoje não possuir sequer um endereço de e-mail seria suficiente para que consideremos essa pessoa, um criatura avessa a nova sociedade, e não o contrário como a pouco mais de 20 anos, quando os únicos usuários da rede eram os institutos de pesquisa científica,ironicamente, estes poucos usuários eram considerados como “nerds”, e tidos como sem vida social.

 

Dessa enorme e massiva difusão de acesso a essa nova tecnologia de comunicação global, surgiram grandes evoluções em todos os campos, seja social ou científico. Porém, também a partir dessa mesma facilidade de acesso às tecnologias também surgiram grandes problemas, principalmente no que se diz respeito à convivência em sociedade.

 

Por se tratar de um conjunto de dimensões globais de redes de computadores interconectados, não há nenhum governo ou qualquer entidade que exerça o controle  absoluto da Internet. Um dos maiores problemas enfrentados com o uso da Internet é a insegurança jurídica causada pelo fato de não haver leis específicas que regulem ou pelo menos limitem as atividades realizadas pelos seus usuários. Em meio a essa insegurança, o principal bem atingido é a privacidade do usuário da rede. A falta de regulamentação e a ausência de tecnologia adequada para combater os casos de violação da privacidade dificultam a prevenção e repressão a estes atos ofensivos.

 

Porém, apesar de ser um dos meios mais utilizados, não é só por intermédio da invasão de computadores pela Internet que ocorre a violação do direito à privacidade e a intimidade na rede mundial de computadores. A posse de material ou fatos privados obtidos por qualquer meio (câmeras fotográficas e celulares roubados, etc.) e a sua veiculação pela internet sem o consentimento da vítima, também se caracteriza como violação ao direito à privacidade do cidadão, como por exemplo, ao se divulgar uma foto ou vídeo de uma pessoa que a coloque em situação embaraçosa e constrangedora sem o consentimento dela.

 

O direito de ser esquecido (em inglês "right to be forgotten") foi sancionado pela corte da União Europeia em 13 maio de 2014. Links para informações "irrelevantes" ou "desatualizadas" (assim consideradas pelo tribunal) são passíveis de serem apagadas. Mais especificamente, a corte da União Europeia, disse que a decisão aplica-se a informações "inadequadas, não pertinentes ou já não pertinentes ou excessivas em relação ao objetivo pelo qual foram processadas tendo em conta o tempo decorrido".

 

A gigante Google foi obrigada a prover este serviço aos cidadãos da União Europeia quando solicitado. Vários desses links incluem artigos da Wikipedia, da BBC e do The Guardian. A Google anunciou que irá verificar caso e tentará balancear "o direito de privacidade individual com o direito do público de ter acesso a informação". O Google continuou afirmando que quando “o resultado incluir informação desatualizada sobre um indivíduo” será feita uma avaliação “sobre o interesse público sobre aquela informação” antes de ser tomada uma decisão final.

 

Um dos marcos dessa lei foi o caso de um cidadão espanhol, que recorreu à Justiça para que resultados de buscas pelo seu nome, referentes à venda de uma casa para pagar dívidas há vários anos, fossem apagados.

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